Onde foram parar as livrarias? Digo as tradicionais. As de vanguarda mesmo. Àquelas com prateleiras, mezaninos para leitura e exemplares abertos para consulta e leitura. Cadê?
Lembro-me, e quem não, da necessidade literária em épocas colegiais, onde nos era empurrados goela dentro a literatura épica, a literatura de vanguarda dividida em períodos e características pitorescas. Importante, sim, e de simbologia marcante. Passava-se horas, (refiro-me àquelas longas e escaldantes), frente a exemplares já gastos, cheios de anotações, orelhas e marcações oriundas de outras leituras, de outros leitores, e isso nos fascinava. Era uma paixão sem fim.
Hoje, se foi o charme, a nostalgia, a magia do sentar e ler, do imaginar cenas e formas, do mergulhar, porém, ainda, há uma busca pelo ato, pelo crescimento substancial, pelo gosto, ou até mesmo, pelo fato. Graças a Deus.
Homens maduros, empresários, advogados e tantos outros “os” e “ados” de nossa sociedade, ainda consumidores da leitura, buscam incansavelmente títulos, textos, anexos sinestésicos de nossa boa e reinventada escola literária. Sim, há escritores ótimos e de reconhecimento em nosso país. Basta procurá-los. Não somente os clássicos, mas também os contemporâneos, mas onde encontrá-los se as livrarias encontram-se em extinção? Na Web? Sim. Também.
A plataforma da leitura hoje mudou, exatamente como toda tecnologia envolvida no processo educacional e de formação de conhecimento, porém, contém o charme e o envolvimento do bom, velho e metódico livro? Falo metódico, pois a leitura de um material impresso possui seu charme, irrefutável – há de concordar comigo – pois nele, o processo se dá por completo; cheiro, textura, policromia, gosto. Gosto? Sim, o folhear de páginas, o gosto indescritível do papel, poeira e suor palatizando em seu cérebro tornando nostálgica a sensação do consumo, do ler. E só saberá do que estou falando quem tem o vício da leitura tradicional.
Porém, seja ela qual for, digital, tradicional, de vanguarda ou revolucionária, o importante é se fazer leitor. O importante é ler... É ler para crer!